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AS SEMENTES DE URUCUM

A quantidade de sementes nas cachopas de urucum pode variar com a origem da planta atingindo geralmente valores entre 40 a 60 sementes (FRANCO et al, 2008). Os tamanhos das sementes também variam com a planta, período de coleta e umidade, podendo chegar próximo a 5 mm de comprimento. Apesar de ocorrer grandes variações podemos considerar que uma semente pesa em média 0,029g ± 0,008g o que representa aproximadamente 35.000 grãos por quilo. A densidade dos grãos de urucum é influenciada pela umixdade e pelo formato. Existem diferentes formatos de grãos cujas arquiteturas têm relação direta com o rendimento industrial. Sementes com muita reentrâncias podem dificultar a extração dos pigmentos que são realizadas principalmente por lixiviação e pelo atrito entre os grãos. A umidade e o período da colheita tambémpode influenciar no formato do grão após o beneficiamento. As Figuras apresentas a seguir são exemplos das diferenças de formatos entre grãos de urucum.
Pigmentos das sementes do urucum

O urucum é conhecido principalmente pelos seus pigmentos. Esses pigmentos podem variar muito entre as variedades e entre plantas de uma mesma variedade. A Bixina, o carotenóide mais conhecido das sementes de urucum, representa aproximadamente 80% dos pigmentos presentes nas sementes os 20% restantes são representados por uma série de outros carotenóides cuja maioria já foi identificada.

A composição das sementes de urucum

Além de fornecer pigmentos, as sementes de urucum tem sido utilizada como fonte de uma série de outras substâncias. Um dos seus principais usos é na alimentação animal, podendo fazer parte da dieta de aves e mamíferos. Para isso, conhecer a composição dessas sementes é muito importante. Dados como a concentração de proteínas, lipídios, minerais e carboidratos são amplamente divulgados na literatura científica.

Outras substâncias presentes nas sementes de urucum
Os caboclos já sabiam há muito tempo o que agora está sendo confirmado: a semente de urucum pode conter muito mais do que os pigmentos corantes que lhe dá tanta fama. As sementes de urucum têm sido utilizadas no tratamento popular das mais variadas moléstias. Barbosa Filho (2006) cita os mais diferentes usos do urucum na medicina popular, entre eles: anti-inflamatório, antimalárico, cardiotônico, digestivo, estomáquico, expectorante, febrífugo, hipotensivo, laxativo, no tratamento de queimadura, como repelente de inseto e no combate à tosse. Apesar da ausência de comprovação científica da eficácia do urucum no tratamento desses males, uma questão sempre é levantada: o que tem nas sementes de urucum que poderia lhe dar algumas dessas propriedades? Essa pergunta tem sido parcialmente respondida com a descoberta de substâncias com importantes propriedades farmacológicas. Entre essas substâncias destacam-se o tocotrienol, o geranilgeraniol e substâncias com propriedade repelente a mosquitos como o Aedes aegypti.

Os tocotrienóis são substâncias que apresentam forte atividade antioxidante e são mais conhecidas como uma das formas da vitamina E. A atividade antioxidante dos tocotrienóis bloqueia as reações de oxidação dos lipídios, protegendo a membrana celular do ataque de radicais livres. São citadas ainda, propriedades neuro-protetivas, anti-câncer e redutoras do colesterol. A concentração de tocorienol nas sementes de urucum pode chegar a mais de 1%.

O geranilgeraniol é conhecido como um intermediário de biossínteses importantes, como vitamina K, tocoferóis, tocotrienóis, hormônios e carotenóides. Na medicina o geranilgeraniol tem seu uso citado na profilaxia e no tratamento de diversos tipos de câncer. Algumas variedades de urucum chegam a apresentar em suas sementes mais de 2% de geranilgeraniol.

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